terça-feira, 12 de agosto de 2008

ILUSÃO VITAMINADA DAS MINHAS MUITAS HISTÓRIAS VERIDÍCAS

CONSEGUI O QUE AMBICIONAVA: DISPÔR DE TEMPO PARA DIALOGAR COM O MEU RIO

Hoje que disponho de tempo, volto a rever-me a roubar as linhas de que minha Mãe precisa para nos remendar a roupa, apenas porque para mim fazer rede para os pardelhos, e emptar amarrar nos anzóis para as Espinhelas, é muito mais importante, mesmo sabendo que isso me vai custar levar muitas tareias. Voltar a roubar as canas da india à quinta da Seixinha, pescar ao escalo ao barbo e a todas as espécies de peixe que abundam no Douro , roubar a criva da farinha, para apanhar a Loira, mesmo que não volte a haver azeite, o sabor vai ser especial. Voltar a tirar os calções e atravessar o rio a nado para Midões apartir dos cinco anos, mesmo que saiba que o meu Pai e minha Mãe me vão esperar com medo que eu morra afogado e não ter dado atenção devida aos meus irmãos mais pequenos, significa que vai haver treino de cinto de vergasta ou corda, mas isso pouco me importa porque já estou malhadiço e a porrada não dói. O prazer é muito maior que o sofrimento provocado pelo castigo e até pode acontecedr que o S. Domingos interceda por mim e faça um milagre e eu por hoje escape e não leve.
Vou pegar no meu barco, içar a vela, remar na Várzea porque aqui o vento não dá. Vou voltar a roubar as uvas na quinta do Narciso, vou comer oaAtum a Bitetos, lançar a chumbeira em Alpendurada, roubar as couves e nabiças para fazer a sopa, cozinhar no areio da Seara e aguardar que a noite caia sobre o rio para voltar a deitar a Mugeira.
Está breve a nascer o dia, tenho de apressar a viagem e reduzir os lanços para que o Ronca me fique com o peixe muito antes que chegue o Rouxinol ou o Ti Mota e faça negócio primeiro que eu. Tenho em última estância tambem a ti Laura de Entre-os -Rios que pode ser que fique com mais algum peixes e finalmente a ti Olívia em Midões, vir a ficar com o resto. O sonho fantásticos destas discrições, são relatos de casos reiais no tempo.

Só que jamais e infelizmente voltarão a ser de novo realizáveis porque nem as barragens serão abertas nem os areais repostos mas, estas alucinações vão ser a ilusão da minha pura redalidade. Se não tiver seguidres esta arte de pescar, pelo menos que sirva de memória no futuro para que os vindouros saibam que Midões, Cancelos e Rio Mau, foram lugares onde os seus habitantes foram pescadores do rio, gente séria, humilde e trabalhadora que muito deram ao meu rio e muito pouco lhe pediram em troca . Se contra factos não existem argumentos e, a argumentação de alguns não serviu no passado nem servirá no presente e muito menos servirá no futuro, para que no manto que cobre o nosso rio não se mantenha a poluição e o matagal nas suas margens a obstruir os caminhos seculares utilizados por pescadores e barqueiros e muita outra gente que poderiam ser ainda agora de acesso aos pescadores sem que para isso fossem necessários grandes despesas. Também para que conste que o Lugar de Cancelos merecia e devia ter com o nome de Rua dos Pesacadores, uma forma simples e merecida de fazer perépetua referência aos nossos antepassados que sofreram o frio de dias e semanas, molhados até aos ossos a pescar no areio de Hortos a quem nem os pedregulhos soltos e escarpados da margem que calcarreavam, foram capzes de provocar desistências aoseu apego ao seu rio e às artes de pescar.

Rio Douro andava cheio.
E eu e o meu Barco que lá anda.
tenho os meus três amores
Dois são daqui
Um é da outra banda.

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