quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O MARINHEIRO

Agora baixou o Sol
Horas são da merendada, vozes dava um marinheiro, lá no mar que se afogava.
Respondeu um mau demónio :-Do outro lado da água:
Quantas davas marinheiro, a quem da água te tira-se?
Daria os meus navios, os de ouro e os de prata.
Não quero os teus navios. Nem os de ouro nem de prata.
Quero que à tua morte me deixes a tua alma.
A minha alma não.
O Corpo aos peixes da água.
A Cabeça deixo-a às formigas, para que nela façam morada.
O meu coração lizongeiros às Sereias
As tripas deixo-as aos cegos, para cordas de guitarra.
as pernas deixo-as aos mancos, para que façam caminhadas.
Os braços deixo-os aos cotos, para que maneiem a espada.
Como não lhe concedeu a alma, acabou por afogar-se, mas honra lhe seja feita.

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